Taxa de juros versus adesões, mito e verdades

Atibaia, SP 31/8/2020 – A desmistificação reafirma a existência de dois perfis de consumidores ou investidores: o que precisa do bem de imediato e o que planeja o futuro, diz Rossi.

Sistema de consórcios fecha o sétimo mês com a segunda melhor performance do ano

Ao longo dos anos, muito se tem falado que a redução da taxa de juros nos financiamentos influencia diretamente na atratividade do Sistema de Consórcios. Ou seja, as reduções das taxas de juros induziriam o consumidor a migrar para o financiamento deixando o consórcio em segundo plano e vice-versa, uma situação para a qual a assessoria econômica da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, em estudos realizados, procurou demonstrar o equívoco desta afirmação.

Para desmistificar essa pseudoafirmação, a assessoria comparou as taxas anuais da Selic, no período de 2006 a 2019, com o percentual de crescimento anual das vendas de cotas de consórcios. Contudo, antes de chegar à explicação final, é necessário considerar inicialmente os motivos que levam a autoridade monetária a elevar ou reduzir a taxa básica de juros na economia.

Ao conduzir a política econômica visando estabilizar preços, promover crescimento, ampliar o emprego e a maior distribuição de renda, entre outros, o governo utiliza instrumentos de “gestão” como a política fiscal, cujo objetivo principal é o equilíbrio do gasto público; a política cambial, que visa controlar oscilações bruscas no câmbio; e a política monetária que atua sobre o controle da moeda. Todas as três políticas promovem impacto macroeconômico, isso significa que exercem influência direta sobre a economia como um todo.

Mais especificamente sobre a política monetária, quando há redução de juros, a meta é a adoção de uma política expansionista, com estímulos ao consumo por meio do crédito barato. No inverso, na política contracionista, com a retração da demanda há o consequente controle da inflação. Destaque-se que os efeitos das alterações promovidas nas taxas de juros vão mais além, intervindo consequentemente no câmbio e na dívida pública, por exemplo.

A resultante correlação negativa abaixo de 50% denota que reduções ou aumentos nas taxas de juros tiveram pouca influência na comercialização de cotas.

Há períodos em que a taxa de juros cai e as vendas de cotas aumentam. No período de 2006 a 2009 a curva dos juros (linha azul) cai e a curva de vendas (linha laranja) sobe, contrariando o mito até então.

Em 2011 os juros sobem, contudo, as vendas sobem também, fenômeno que se repete em 2015. Finalmente, observa-se que no período de 2017 a 2019, novamente a curva dos juros cai e a curva de vendas sobe.

De fato, em alguns pontos há redução dos juros acompanhada de redução nas vendas, mas no conjunto esse movimento é completamente assimétrico, como apontou a baixa correlação verificada entre as variáveis. Como apresentado, entende-se que não há um movimento migratório para os financiamentos. Há que se considerar também outros fatores como a recessão de 2014 a 2016 que acabou por influenciar todos os segmentos da economia.

Os estudos concluem que a grande maioria dos investidores em consórcios leva em conta, na hora da adesão, várias características do produto, que estão em linha com o planejamento e a educação financeira, disciplinando o consumo, com parcelas acessíveis, custos finais reduzidos, capacidade do poder de compra à vista e confiança no Sistema que, há quase 60 anos, contribui para a realização de sonhos pessoais, profissionais, familiares e empresariais e não elegem as taxas de juros, praticadas no mercado, em primeiro lugar para tomada de decisão.

Além disso, ao longo desse período o Sistema de Consórcios mostrou sua importância para a economia brasileira, com características que o qualificam como um regulador da demanda, adequando a produção e comprometendo a renda futura.

Para Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC, “essa desmistificação reafirma a existência de dois perfis de consumidores ou investidores. Aquele que precisa do bem de imediato e opta pelo financiamento, arcando com pagamento de juros, com o rigor na aprovação do crédito e, em muitos casos, a exigência de entrada, e o que planeja o futuro, assumindo compromissos mensais, aderindo ao consórcio como forma de adquirir bens ou contratar serviços, com prazos mais longos, custos inferiores e poder de compra à vista.”

DE VOLTA PARA O FUTURO, A RÁPIDA RECUPERAÇÃO DO SISTEMA FRENTE A PANDEMIA

Nas últimas décadas, não foram poucos os períodos de turbulência econômica vividas no país: planos econômicos, tabelamentos, recessões, e agora a pandemia do novo Coronavírus. O Sistema de Consórcios sempre mostrou sua resiliência e credibilidade frente aos obstáculos e não poderia ser diferente neste momento. Novamente, estamos diante de um desafio, e o seu desempenho, até agora, foi extremamente favorável.

Após um forte impacto inicial a partir da segunda quinzena de março, aprofundado em abril, a rápida recuperação das vendas de novas cotas mostrou mais uma vez a força do mecanismo. “Superamos em julho o patamar de comercializações de fevereiro, ao atingir o segundo melhor no ano, antes até das medidas de isolamento. Confiamos na manutenção ou até mesmo em avanços no total de adesões para os próximos meses” diz Rossi.

Algumas notícias na economia reforçam o otimismo como:
• Crescimento das vendas no varejo.
• Melhora da confiança empresarial.
• Retomada da atividade industrial em junho.
• Expectativa da vacina.

Tudo leva a crer que as boas notícias a partir de agora deverão trazer um futuro melhor. A estimativa de crescimento do PIB em 2021, feita pelo Ministério da Economia em julho, foi de 3,2%.

“Não se trata de um grande número se contarmos que a base de comparação é 2020, contudo entendemos que o Sistema de Consórcios tenderá a se beneficiar deste cenário e crescerá em 2021”, completa Rossi.

NEGÓCIOS COM CONSÓRCIOS CRESCEM, SUPERAM 1,5 MILHÃO DE ADESÕES E REGISTRAM SEGUNDA MELHOR MARCA EM JULHO

No acumulado de 1,51 milhão de adesões de janeiro a julho, 7,9% inferior às 1,64 milhão dos mesmos meses de 2019, o destaque foi o total de julho, que, com 250,20 mil cotas vendidas, registrou o segundo maior volume do ano. Ficou ainda 43,9% acima das 173,83 mil verificados em maio e 1,8% maior que fevereiro.

No fechamento dos sete meses, os negócios decorrentes das adesões atingiram R$ 74,57 bilhões, 2,4% maior que os R$ 72,83 bilhões anotados no mesmo período do ano passado.

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