Visagismo: realidades transformadas através das sobrancelhas

São Paulo, SP 17/12/2019 – Designers de sobrancelhas que se formam em MBA em Visagismo, conseguem desenvolver seu trabalho com um olhar detalhista, minucioso e diferenciado

Na última década, foi possível observar um boom no desenvolvimento e abertura de negócios ligados ao desenho das sobrancelhas no Brasil. Um dos segmentos do setor de beleza que mais ganhou evidência desde o início dos anos 2000, caiu no gosto do consumidor e também é responsável pelo aumento da formação de profissionais especializados em cuidar especificamente desta área do rosto: os designers de sobrancelhas.

“Até a década de 1960, os únicos profissionais que procuravam harmonizar as sobrancelhas no rosto eram os maquiadores do cinema e da TV. O profissional que hoje encontramos com facilidade não era acessível ao público fora dos estúdios de TV e cinema”, explica Robson Trindade, professor e mestre visagista e doutorando em tecnologias da inteligência PUC-SP, responsável por levar o estudo do visagismo para dentro de universidades no Brasil.

Cases de empreendedores que chegam a faturar mais de R$ 50 milhões por ano e atingem crescimentos acima de 100% em 12 meses com franquias de casas focadas exclusivamente no serviço voltado às sobrancelhas só são possíveis hoje, depois de profissionais e consumidores compreenderam a importância desta área para a harmonia do rosto.

“O visagismo é a ciência que através de estudos e comprovações matemáticas chega a resultados perfeitos na harmonização da imagem de um indivíduo. Por isso, designers de sobrancelhas que se formam e especializam como visagistas conseguem desenvolver um trabalho com um olhar detalhista, minucioso e diferenciado”, garante professora especialista Thaís Trindade Melro Milhomens, que já desenvolveu cursos de formação, pós-graduação e MBA para interessados em estudar a ciência – que ela chama de ciência do século 21.

Desde os tempos mais remotos

Tania Trindade, visagista, mestre em comunicação audiovisual e especialista em estética da aparência, conta que a realidade que se encontra colocada hoje para os serviços de sobrancelha precisou percorrer um longo caminho para, mas que a busca pelo natural para uma melhor harmonização na imagem facial sempre pôde ser percebida de alguma forma em momentos diferentes da história.

“Na Antiguidade, por exemplo, sabemos que a nobreza egípcia não permitia nenhum pelo no corpo, por isso, é improvável que deixassem sobrancelhas simétricas e espessas. Nas estátuas Assírias e Babilônicas, as sobrancelhas se iniciam no centro do nariz e seguem até ultrapassar o desenho do olho.  Já a deusa Suméria Ishtar é mostrada com um par de sobrancelhas simétricos e muito bem desenhadas. Podemos então afirmar que assírios e babilônios se preocupavam em manter as sobrancelhas harmônicas e bem evidentes emoldurando a face agradavelmente”, afirma Tania com base em seus diversos estudos sobre a imagem ao longo dos séculos.

Sobre as mulheres da Mesopotâmia, a esteticista e visagista assume que em suas pesquisas chegou à conclusão que devem ter sido as pioneiras em ajustar os pelos das sobrancelhas de modo a se tornarem harmônicos e simétricos.

“Também têm as gregas e romanas, que mostravam sobrancelhas grossas, mas cuidadas. Por isso, deduzimos que essa harmonia era buscada desde os tempos mais remotos. Conforme os séculos foram passando percebemos nas pinturas deixadas e que podem ser apreciadas nos museus, mulheres de várias épocas ostentando um par de sobrancelhas bem delineado, simétrico que emoldura o rosto com muita harmonia. Essa preocupação vem acompanhando a evolução da cosmética há muito tempo”, conclui coordenadora do MBA em Visagismo, projetos e negócios de imagem a Profª. Ms.Tania Trindade.

Menor evidência

Segundo os Trindade, que estudam a estética e harmonização de imagens ao longo dos séculos, a Idade Média foi um período quando as sobrancelhas perderam a importância e estiveram em menor evidência.

“Em geral, as mulheres raspavam as sobrancelhas. Isso acontecia porque a vaidade era um pecado. Não foi o período mais estético do rosto feminino e alguns pintores acrescentavam as sobrancelhas quando as retravam para que ficassem mais bonitas”, contextualiza o mestre visagista, que prossegue explicando que as personalidades deste tempo também foram responsáveis por diminuir a importância dos pelos do rosto que emolduram os olhos.

“No século 15, a rainha Elizabeth I optava por raspar as sobrancelhas ruivas e selvagens preferindo deixar sem pintura. Na corte francesa dos Luíses, as sobrancelhas eram modeladas com pinças, mas a maquiagem branca de Ceruse cobria a face toda como uma máscara e as sobrancelhas eram delineadas com lápis”.

Posição Social

Tania conta ainda que houve um tempo quando o desenho das sobrancelhas definia, inclusive, a que classe social as mulheres pertenciam.

“No período vitoriano, mulheres de família não tinham por hábito mexer nas sobrancelhas, mas algumas chegavam a tirar os pelos mais rebeldes que não ficavam estéticos. Era um hábito discreto que exigia perícia para que ninguém percebesse. Já as bailarinas, atrizes e prostitutas sempre arrumavam os pelos do rosto e acentuavam o feitio com lápis preto, tipo Kajal”

Século 20

Mas, foi no século 20 que as sobrancelhas começaram a protagonizar um papel de extrema importância na harmonização das imagens e, nos últimos 100 anos, já passaram por diversos momentos até chegarem na posição que alcançaram hoje para consumidores, profissionais e, inclusive, para o setor de beleza como um todo.

“A moda das sobrancelhas finas e marcadas por lápis toma conta das divas do cinema de 1930, que talvez tenha sido a década na qual o desenho com lápis valia mais do que os pelos naturais. O papel do lápis era desenhar a sobrancelha ideal. Cerca de 20 anos depois, na década de 1950, as sobrancelhas voltaram ao contorno mais natural e mais grosso”, explica o doutorando Robson Trindade.

Atrizes e personalidades que influenciaram gerações também foram responsáveis por definir padrões de sobrancelhas, segundo o casal responsável pelo Visagismo Acadêmico no Brasil.

“Uma atriz quebrou o tabu e surgiu em 1957 com um desenho de sobrancelha que fugia dos padrões. Audrey Hepburn, cujo rosto era muito especial e que não se enquadrava nos feitios criados pelos profissionais de Hollywood, mostrou uma beleza tão diferente que fez a diferença. Em apenas um filme, ela se tornou em a preferida dos fotógrafos da Meca do cinema”.

“A partir do ano 1968, as sobrancelhas da modelo Twiggy viraram febre. Novamente afinou-se o feitio tentando deixar o mais arqueado possível. Na década de 1970, Brooke Shields chegou com suas sobrancelhas selvagens, sem depilação, mantendo os fios rebeldes e o feitio bem reto, sem nenhum artifício. Nem todas as mulheres aderiram, mas no Brasil a atriz Malu Mader foi uma das poucas que manteve as sobrancelhas naturais”, explicam.

A procura e o desenvolvimento da profissão nos dias de hoje

Mas, com toda a história das sobrancelhas – e apesar dela – os Trindades contam que até bem pouco tempo atrás, muitas mulheres conseguiam manter sozinhas o feitio desejado das sobrancelhas e outras optavam pelo serviço de um cabeleireiro, que quase sempre sabia fazer o trabalho. “Não se levava em consideração o feitio do rosto da cliente e sim os pelos rebeldes que cresciam fora do lugar”.

“Acreditamos que o que vemos hoje, sobre essa preocupação ou ‘descoberta’ da importância das sobrancelhas na harmonia do rosto, antes restrita aos profissionais de beleza de atrizes de cinema e TV invadiu o mundo das mulheres comuns por causa das novelas. Todas se apaixonaram por sobrancelhas perfeitas que surgiram na ficção, não era mais apenas resultado de uma depilação com pinça, mas havia algo mais: a pigmentação, a perfeita simetria e o destaque”.

E, segundo eles, foi a partir desta busca pela excelência visual que se criou e se desenvolve a cada dia a profissão de designer de sobrancelhas.  “Eles são especialistas diplomados em escolas técnicas que recebem todas as informações necessárias para aproximar a cliente do salão de beleza através de um novo modo de harmonizar o rosto e valorizar a beleza e deixar as sobrancelhas iguais”.

Neste ponto, destacam a importância de estes profissionais conhecerem os conceitos, estudarem e se especializarem no visagismo.

“Ao valorizar o estilo da cliente respeitando o feitio do rosto e usando técnicas como pigmentação, depilação e harmonização do feitio, o designer de sobrancelhas cria uma moldura perfeita para os olhos e um novo foco de beleza no rosto da cliente.  Profissionais formados como visagistas podem transformar as sobrancelhas mais difíceis em arcos perfeitos que emolduram os olhos e harmonizam todo o rosto”, encerram Robson Trindade, Tania Trindade e Thaís Trindade Melro Milhomens, os Trindade.

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