Devido a problema cardíaco, jogador Adilson do Atlético Mineiro anuncia sua aposentadoria do futebol

São Paulo, SP 13/9/2019 –

Até aqui tem sido tudo maravilhoso na minha vida pessoal e esportiva. Minha filha vai nascer dia 22. Tenho muitos motivos para seguir, para ser feliz.

Jogador do Galo foi diagnosticado com cardiomiopatia hipertrófica e teve que encerrar sua carreira aos 32 anos de idade. Adilson deve continuar no clube atuando em uma nova função.

Os torcedores e jogadores do Clube Atlético Mineiro foram pegos de surpresa na tarde da última sexta-feira (12) com uma notícia nada agradável. Trata-se do anúncio da aposentadoria do jogador Adilson, de 32 anos de idade. O atleta foi diagnosticado com uma doença do coração chamada cardiomiopatia hipertrófica que o fez encerrar sua carreira de forma precoce.

Em uma coletiva de imprensa realizada na Cidade do Galo, o atleta revelou a todos que não poderia mais seguir com suas atividades como jogador profissional de futebol por conta da doença, diagnosticada em um exame feito durante a pausa para a disputa da Copa América. Adilson estava acompanhado do diretor de futebol Rui Costa e dos médicos Rodrigo Lasmar e Haroldo Aleixo, que disseram que após os exames e conversas, a decisão de encerrar a carreira do jogador foi unânime. Segundo Haroldo Aleixo, ele já tinha algumas “características especiais” que necessitavam de mais atenção e vinha sendo tratado com cuidados especiais pela equipe médica do clube, mas nada havia sido constatado anteriormente. Após a primeira alteração descoberta na bateria de exames do clube, Adilson buscou seu médico pessoal e também uma terceira opinião médica, e então decidiram por encerrar a carreira do atleta. Os colegas de time de Adilson também acompanharam o anúncio de perto, gerando muita comoção em sua despedida.

A partir de agora seu futuro no clube deve ser em outra função ainda não decidida, mas Rui Costa, diretor de futebol do clube, afirmou que quer Adilson no dia a dia do Atlético Mineiro e ele poderá buscar uma nova adaptação para se sentir à vontade desempenhando outro papel na equipe. “Ele vai estar aqui conosco por opção dele e por um pedido nosso. E ele vai experimentar, nessa nova fase da vida dele, que é um novo ciclo, experiências que possam deixá-lo aqui conosco, e ele vai perceber se vai querer ser um integrante de comissão técnica, se ele vai querer fazer um curso de gestão, se ele vai querer ficar no meu lugar, se vai querer trabalhar comigo, com o pessoal. O que não abrimos mão é do Adilson no dia a dia aqui.”

Após o ocorrido, o jogador Adilson se manifestou pelas redes sociais, agradecendo todo o carinho que vem recebendo das pessoas. Veja a mensagem na íntegra:

“Olá, pessoal.

Quero aqui, rapidamente, agradecer todas as mensagens de apoio e de carinho, todos os clubes, torcedores, amigos, familiares, colegas, ex-colegas que enviaram mensagens. Tem sido, realmente, muito confortante receber todo esse apoio, todo esse carinho. Eu ainda estou visualizando. Eu peguei o meu telefone há pouco tempo, minha esposa também me relatou aqui o que ela acompanhou durante o dia. E assim tem sido gigantesco o suporte. E eu confesso que não esperava. Inclusive do clube que eu atuei durante muito tempo na Rússia também se manifestou.

Então, pessoal, é sensacional, faz com que tudo tenha valido a pena. Era tudo isso que eu pensava sobre o esporte, sobre o futebol. Antes mesmo de ser atleta profissional. Então, eu tenho a agradecer e desejar que Deus abençoe a vida de cada um de vocês. Muito obrigado e uma boa noite.”

O problema cardíaco enfrentado por Adilson já fez vítimas fatais no futebol brasileiro e mundial. Um exemplo disso foi a morte do jogador Serginho, em 2004. O zagueiro atuava pelo São Caetano e disputava uma partida contra a equipe do São Paulo no estádio do Morumbi quando teve um mal súbito e acabou caindo no gramado. Aos 30 anos de idade, Serginho foi atendido ainda no gramado, mas uma hora depois, já no hospital, acabou falecendo. Uma morte que também chocou o mundo do futebol foi a de Marc-Vivien Foé, em 2003. O jogador Camaronês teve um mal súbito e acabou morrendo ainda no gramado enquanto jogava contra a Colômbia pela Copa das Confederações daquele ano.

Histórico de Adilson

Adilson se tornou jogador profissional de futebol em 2007 no Grêmio. Antes disso ele atuou na base do Caxias, também no Rio Grande do Sul. No Grêmio ele foi duas vezes campeão Gaúcho, em 2007 e 2010 e disputou 165 partidas. Em 2011 ele deixou a equipe Gaúcha para ir jogar no Terek Grozny, time do futebol Russo onde jogou por 101 vezes. O jogador voltou ao Brasil apenas em 2017, desembarcando em Minas Gerais para defender as cores do Atlético Mineiro onde no mesmo ano tornou-se campeão Mineiro com a equipe e disputou 99 jogos. Seu contrato iria até 2020.

Disputa do jogo 100 com a camisa do Galo

Mesmo após o anúncio de encerramento da sua carreira como jogador, Adilson ainda pode ter a possibilidade de alcançar uma marca expressiva pelo Clube Atlético Mineiro. Até agora, o atleta disputou um total de 99 jogos pela equipe, e pode chegar a marca das 100 partidas. A proposta por trás disso é que Adilson seja homenageado pelo clube, entrando nos instantes finais de alguma partida, podendo assim completar seu 100° jogo com a camisa alvinegra. O diretor de futebol Rui Costa admitiu essa possibilidade após uma mobilização dos torcedores nas redes sociais.

O clima no Galo é de bastante comoção, mas os compromissos da equipe seguem normalmente nessa semana. Depois da derrota por 3×0 no clássico contra o Cruzeiro pela Copa do Brasil, o Atlético Mineiro conseguiu na noite desse domingo (14) uma vitória de virada contra a Chapecoense em Santa Catarina e agora segue para o duelo contra o rival Cruzeiro, jogo ao vivo válido pelo confronto de volta da Copa do Brasil.

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