Especialistas dão dicas para que o consumidor não seja enganado na Black Friday

3/12/2019 –

Tem muita gente que passa o ano contando os dias para as promoções da Black Friday, que são realizadas sempre na última sexta-feira de novembro. Em 2019, o evento foi no dia 29.
No entanto, para tantos outros, o dia não é para celebrar. Não é à toa, por exemplo, que muitos chamam a data de “Black Fraude”, uma alusão ao fato de que há muitos golpes nesse dia.

As ocorrências de fraudes na Black Friday, todavia, têm sido cada vez menor. Em parte, por causa da conscientização em relação à data; por outro lado, também é mérito do combate aos lojistas golpistas.

Os especialistas do escritório de advocacia André Castilho Advogados , especializados em Direito do Consumidor, compartilham a seguir algumas dicas de como o consumidor deverá agir durante a Black Friday para evitar os golpes e aproveitar apenas as promoções legítimas.
Cuidados com a segurança da compra

Grande parte das fraudes e golpes que ocorrem na Black Friday não são necessariamente culpa das lojas virtuais, mas do ambiente onde as pessoas fazem as compras.
“Muita gente está na rua ou no trabalho e usa o horário de almoço para ver alguma coisa na Internet e aproveitar uma promoção. É aí que todos correm mais riscos por causa da conexões inseguras”, explica o especialista .

Isso acontece porque nem toda conexão com a Internet é protegida. Uma conexão pública, em um Wi-Fi aberto de shopping ou público, por exemplo, não tem uma criptografia muito boa. Para um hacker, não é difícil se conectar à mesma ligação e interceptar dados.
“A pessoa corre o risco de fazer uma compra e ter os dados do cartão interceptados por pessoas mal-intencionadas. É muito difícil provar quem foi o culpado depois do ocorrido e o risco de dano financeiro é enorme”, avisa o especialista.

Por isso, quem for fazer compras online, deve fazer apenas em um local com conexão segura, como o Wi-Fi de casa, onde é difícil para outra pessoa acessar e interceptar os dados.
Outro cuidado essencial com a transação financeira pela Internet é verificar os certificados de segurança do site.
“Antes de fazer uma compra, o consumidor deve verificar se o site tem aquele cadeado na URL, ao lado do www. Se tiver, é porque a empresa tem um Certificado SSL, que criptografa a conexão e garante a segurança dos dados trocados pelo computador e servidor”, orienta o especialista.

Cuidados ao escolher a loja onde a compra será efetuada

Uma das principais atrações da Black Friday é que as lojas oferecem descontos incríveis em determinados produtos. Uma TV 4K pode estar sendo vendida de R$2.400,00 por R$1.500,00, por exemplo, por uma hora apenas.
Como as ofertas são sempre assim – um desconto enorme por tempo limitado -, as pessoas correm para aproveitar a oportunidade antes que o tempo acabe. No entanto, como avisa o especialista, esse é o cenário ideal para golpes.

“A oferta com tempo limitado ativa um gatilho específico no cérebro que faz com que seja quase impossível resistir àquela oferta. Isso dá margem para pessoas maliciosas explorarem a situação com fraudes”, alerta o especialista.

Para que o consumidor não caia em golpes, é importante que verifique o histórico da loja, faça consultas na Internet e saiba se o negócio é confiável ou não.
“Existem muitos sites que coletam informações dos consumidores, com reclamações e alertas de fraudes. Claro que não é porque a loja tem uma reclamação que ela é fraudulenta. Um e-commerce que atenda 10 mil clientes mensais e que tenha 0,5% de taxa de reclamação, terá 50 reclamações por mês. No entanto, é importante ler as reclamações com atenção antes de comprar”, avisa o especialista.

Por fim, os especialistas também orientam para consultar a lista de sites não recomendados pelo Procon, já que são lojas que cometeram fraudes em edições anteriores da Black Friday.
“É verdade que a Black Friday é uma boa oportunidade para conhecer novas lojas, mas o consumidor estará mais seguro se comprar naquelas que já conhece ou que possam apresentar credenciais de confiança, como um número de CNPJ válido. Sem isso, não dá para pedir seus direitos na Justiça, por exemplo”, explica o especialista.

Cuidados para que o consumidor não seja enganado pelo preço

O golpe mais comum aplicado na Black Friday brasileira é o conhecido como “tudo pela metade do dobro”. Trata-se do ato de aumentar os preços antes do evento e então dar o desconto, retornando o produto ao seu preço normal, mas simulando tratar-se de uma promoção.
Os especialistas alertam que, para evitar cair nessa prática, é importante acompanhar os preços dos produtos pelos agregadores de preços.

“Existem muitos sites que prestam o serviço de monitorar o preço de um determinado produto em várias lojas e montar um histórico com isso. O consumidor deve acompanhar esse histórico para poder identificar quando o preço foi inflado e depois ‘corrigido’ com o desconto”, afirma o especialista.

A última dica dada tem a ver com os direitos do consumidor. Segundo os especialistas, os consumidores contam com os mesmos direitos na Black Friday como em qualquer outro dia.

“Isso significa que o consumidor tem direito de arrependimento de 7 dias úteis em compras efetuadas por telefone ou Internet. Em loja física, o consumidor não pode se arrepender, mas pode trocar o produto caso a loja ofereça essa possibilidade no momento da compra ou se a mercadoria apresentar algum defeito”, conclui o especialista do escritório de advocacia.

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