Coronavírus: com paralisação e medidas restritivas, comércio exterior é afetado

São Paulo – SP 6/2/2020 –

Mais de um mês após a primeira notificação de casos de uma misteriosa pneumonia na cidade de Wuhan na China, o comércio exterior mundial começa a sentir o impacto do coronavírus. De acordo com dados de empresas do setor logístico, os contêineres que saem dos terminais chineses estão com o volume de carga bem menor que o rotineiro, o que pode afetar diversos países que importam produtos da China.

A nação mais populosa do mundo comemorou recentemente o Ano Novo Chinês, época em que o ritmo frenético típico do país ganha uma pausa, após esse período em outros anos, a produção no país é acelerada para recuperar o tempo “perdido”, situação que não ocorreu este ano. Com mais de 28 mil casos registrados e mais de 500 mortes, diversas cidades e até regiões da China estenderam o feriado para conter a epidemia do Coronavírus, as empresas que estão funcionando enfrentam dificuldades para produzir ou escoar seus produtos até os terminais portuários, freando ainda mais a economia.

O impacto dos navios que embarcaram com cargas menores nos últimos dias será sentido daqui 3 ou 4 semanas aqui no Brasil, quando começarão a desembarcar os produtos. Nos Estados Unidos e Europa, fabricantes de veículos já falaram sobre o provável fechamento de fábricas devido à crise. Segundo especialistas, aqui no Brasil ainda é cedo para pensar em desabastecimento, mas caso não haja um retorno ao ritmo normal nas próximas semanas, esse será inevitável.

As exportações do Brasil para a China também sofreram reduções, já que com fábricas fechadas não há demanda de matéria-prima, principal tipo de exportação brasileira para o país oriental. Além disso, com terminais fechados ou operando com medidas restritivas, as operações ficam limitadas. Outra alteração já sentida por aqui foi a contração de 30% no valor do frete marítimo do Brasil para a China em comparação a semana passada.

E caso as restrições acabem e a China volte a operação normal e a crise tenha fim, há o temor de congestionamento, algumas companhias já até anunciaram que irão transportar, prioritariamente, itens refrigerados e químicos.

De acordo com a Asia Shipping , maior integradora logística na América Latina, uma demanda peculiar de exportação para a China é a de envio de máscaras hospitalares, item que está em falta no país devido alta procura.

“Com esta procura maior, o frete aéreo para a China subiu consideravelmente e uma tarifa de 1 tonelada que era por volta de USD 1,50 por quilo, chegou a USD 10,00. Isto aconteceu porque a maioria das companhias aéreas cancelaram seus voos e quem ainda está operando elevou as tarifas pela alta demanda. Quem tinha carga geral pra China, hoje fica inviável embarcar devido ao aumento de tarifas, já que não só o Brasil, mas toda América Latina está enviando máscaras para lá”, explica Eduardo Rosa, responsável pela exportação Aérea da AS Brasil.

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