Crescimento em pedidos de recuperação judicial e falências indicam risco crescente para a economia brasileira

Curitiba, Paraná 2/9/2019 –

Os empresários que ainda tem fôlego seguem resistindo de qualquer maneira em um cenário incerto, aguardando a reforma da previdência 

A análise dos números estatísticos da Serasa Experian mostram que há risco de explosão de uma “bolha” na economia, se as mudanças esperadas não se concretizarem dentro dos prazos

As estatísticas divulgadas pela Serasa Experian sobre o comportamento do mercado estão mostrando o crescimento dos pedidos de recuperação judicial e de falências de empresas. E indicam o risco de que este cenário pode levar a explosão de uma “bolha” na economia, se as mudanças esperadas não se concretizarem dentro dos prazos previstos. Esta é a análise do advogado Thierry Phillipe Souto, especialista em recuperação judicial de empresas.

O advogado identifica dois ciclos econômicos, que marcaram este ano de 2019: “O primeiro, que durou até junho, foi de grande expectativa, criada pelo governo, com a mudança da política econômica. E agora a economia está em um segundo ciclo, de expectativa com a aprovação da reforma da previdência, até aqui tumultuada por muitas polêmicas”.

Thierry Phillipe Souto reconhece uma modesta melhora na economia, mas alerta para os últimos dados, relativos à situação das empresas: “Os pedidos de recuperação judicial trazem sinais preocupantes. Os números de maio e junho, no final do primeiro ciclo do ano deste governo, já indicavam o crescimento dos pedidos de recuperação judicial. Na média, as empresas conseguiram sobreviver durante o primeiro semestre, à espera da melhora na economia, mas muitas delas acabaram ficando pelo caminho.  E isto é indicado pelo aumento do número de pedidos de recuperações judiciais. E também na variação anual, conforme é informado pela Serasa, com um aumento de 45,5%” nos casos, cita o advogado. Este aumento dos pedidos de recuperações judiciais na Justiça seriam efeitos diretos do primeiro ciclo econômico deste ano.

Thierry Phillipe Souto explica que a recuperação judicial é uma medida preventiva bastante comum, usada por empresários para se manter no negócio, barrar cobranças e reorganizar as suas dívidas. Muitos destes empresários, já antevendo o pior cenário, se adiantaram, para ficarem mais fortalecidos durante a crise.

Outro fenômeno preocupante, percebido nos números, é a formação do chamado “efeito bolha”, acrescenta o advogado: “Este efeito começou a crescer vagarosamente, quase imperceptível, desde o início do ano. E teve desdobramentos nas empresas no final do primeiro semestre, quando terminou a capacidade de resistência de muitos empresários. Já os demais, que ainda têm fôlego, seguem resistindo de qualquer maneira em um cenário incerto aguardando a reforma da previdência”.  

O advogado Thierry Phillipe Souto observa que o segundo semestre agora está revelando o crescimento de uma “bolha”, ainda pouco percebida, onde empresários estão usando as suas últimas possibilidades de caixa para manter os negócios em funcionamento. E este esforço só é estimulado pela expectativa da reforma da previdência, que promete trazer a recuperação da economia brasileira.

Ele finaliza analisando que esta crise mudou os hábitos do empresariado. Além deles aumentarem o controle de gestão de gastos, reduzirem pessoal, encolherem as suas atividades e renegociarem dívidas, agora também acompanham cada novo fato do cenário nacional, atentos às notícias e análises, para reverem o seu planejamento a cada instante: “O risco vai aumentar se o debate sobre a reforma tiver retrocessos, com a aprovação de um modelo incompleto e desidratado. Neste cenário, a “bolha” em formação pode se romper até o final deste ano. E o quadro poderá ser muito preocupante, com a agravamento da recessão, mais portas fechadas e uma séria crise econômica e social”, finaliza.

Website: http://thierrysoutocosta.com.br

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