Resíduos industriais são ameaças crescentes para ecossistemas e para a saúde global

São Paulo – SP 2/3/2020 – De acordo com a The Plastic Tide, organização ambiental do Reino Unido, o resíduo plástico cresce na ordem de oito milhões de toneladas por ano no planeta.

A popularização de assuntos como a coleta seletiva e a reciclagem está aumentando na sociedade. Apesar do crescente interesse, no Brasil, 41,6% das 78,3 milhões de toneladas de resíduos gerados anualmente ainda têm destinação inadequada, segundo levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Segundo dados recentes divulgados pela WWF, o Brasil é o 4º maior produtor de lixo plástico do planeta, gerando 11 milhões de resíduos por ano, do qual apenas 1,2% é reciclado.De acordo com outra pesquisa, do Banco Mundial, caso não ocorra uma mudança nos atuais padrões, a quantidade de lixo despejada no mundo crescerá 70% até 2050.

“Resíduos industriais são ameaças crescentes para ecossistemas e para a saúde global. Calcula-se que mundialmente 11,2 bilhões de toneladas de resíduos sólidos sejam coletadas todos os anos, contribuindo seriamente para a redução de recursos, poluição do ar, e contaminação do solo e água. Estima-se que os resíduos sólidos sejam responsáveis por 5% das emissões globais de gases do efeito estufa”, relata Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios (www.revistaecotour.news).

De acordo com a The Plastic Tide, organização ambiental do Reino Unido, o resíduo plástico cresce na ordem de oito milhões de toneladas por ano no planeta. Essas impurezas consistem em todos os tamanhos de plásticos, com peças maiores levando pelo menos 400 anos para serem quebradas em fragmentos conhecidos como micro plástico, que podem levar centenas de milhares de anos para se decompuser completamente.
Para avançar ainda mais em seus objetivos, este projeto passou a utilizar recentemente um DJI Phantom quatro, da DJI, drone adaptado com tecnologia de inteligência artificial, que aprende com imagens capturadas, identifica e classifica os objetos recolhidos.

Este dispositivo reconhece a concentração de poluição graças a alguns algoritmos de aprendizado implantados na máquina e detecta remotamente acúmulo de plástico. Com os dados coletados pelo equipamento, customizado pela organização, é possível traçar estratégias assertivas e encontrar a melhor solução para amenizar o problema.

A pesquisa denominada “Um Mundo Descartável — O Desafio das Embalagens e do Lixo Plástico”, informa que a maioria dos brasileiros não sabe como funciona a reciclagem e desconhece informações sobre os tipos de materiais plásticos que são reaproveitáveis. “Ela foi realizada pela consultoria global Ipsos em 28 países. Foram entrevistadas mil pessoas em cada local e a margem de erro para o Brasil é de 3,5 pontos percentuais”, ressalta Vininha F. Carvalho.

Os entrevistados foram questionados sobre a clareza das regras de reciclagem de lixo doméstico. No Brasil, 54% dos entrevistados disseram que não, ou seja, menos da metade das pessoas entendem o funcionamento da coleta seletiva em sua região. Já nos outros países essa média é de 47%. Outro ponto interessante é que a grande maioria dos brasileiros (77%) concorda que as empresas deveriam ser obrigadas a ajudar com a reciclagem e o reuso das embalagens que produzem.

“O conceito de logística reversa está ligado a uma visão de cadeia de valor que une empresa, comunidade e agentes de reciclagem. De acordo com esta concepção, a indústria que produz o resíduo é a maior responsável pela destinação desse resíduo após o consumo”, enfatiza Vininha F. Carvalho.

A indústria precisa se capacitar para implantar um processo visando consolidar uma conscientização dos consumidores. Dessa forma, se valoriza o potencial de produtos que, com destinação correta, podem se transformarem em outras oportunidades de negócio ao invés de se tornarem problemas para o meio ambiente.

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