Transplante capilar: estudo destaca avanços na técnica FUE

Um estudo publicado recentemente no Journal of Cutaneous and Aesthetic Surgery faz uma revisão sobre os aparelhos utilizados na extração dos folículos capilares para a realização do transplante capilar pela técnica Follicular Unit Extraction (FUE) — método considerado minimamente invasivo, que envolve a extração individual do fio na área doadora para ser implantado na região receptora.

De acordo com o estudo, além da eficácia e segurança, o uso desses dispositivos, também chamados canetas de extração, apontou uma melhora na qualidade dos enxertos coletados, proporcionando resultados mais naturais e uma recuperação mais rápida para os pacientes.​

“Essas canetas são aparelhos modernos e que podem ajustar o tipo de movimento, como rotação, oscilação e vibração, conforme a necessidade da pele, se ela é mais oleosa ou seca, a textura e a espessura do fio para removê-lo”, revela Julio Pierezan (CRM 182152), médico tricologista, especializado em cirurgia de Transplante Capilar (Buenos Aires/ARG), pós-graduado em dermatologia.

De acordo com o especialista, que é membro da Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC), da International Society of Hair Restoration Surgery (ISHRS) e da World FUE Institute, o folículo extraído fica muito mais preservado para ser implantado na área receptora. “Esse é um dos fatores que contribui para o bom resultado de um transplante capilar, pois reduzimos o risco de danificar esses folículos. Sem contar que esses dispositivos agilizam a retirada dos fios, a área doadora também sofre menos, inclusive com o sangramento, que acaba sendo menor. As cicatrizes ficam praticamente imperceptíveis”, argumenta.

O estudo também foca na importância dos especialistas se manterem informados sobre as tecnologias disponíveis para que o procedimento seja personalizado. “É preciso ter conhecimento técnico e experiência, interpretar as necessidades do paciente, entender a doença, como o cabelo se comporta, enfim, para então aproveitar os benefícios das novas tecnologias e termos resultados eficientes”, sinaliza Julio Pierezan.

Para quais doenças o transplante capilar é indicado

O procedimento pode ser recomendado para quem sofre com a alopecia androgenética (calvície), um problema que leva o paciente à perda local ou difusa dos fios ao longo dos anos, e as alopecias autoimunes, como a alopecia areata, que acontece de forma repentina, produzindo falhas, como buracos, no couro cabeludo. Também é aconselhado para correção de cicatrizes e para regiões em que o tratamento clínico não surtiu efeito.

“É contraindicado para as alopecias cicatriciais, como a alopecia frontal fibrosante e/ou líquen plano pilar. Para ambos, a sugestão é realizar tratamento clínico previamente à cirurgia e aguardar pela estabilização da doença antes de considerar um transplante capilar. Isso se deve ao fato de que o procedimento não é eficaz durante o curso ativo da condição, podendo até mesmo aumentar o risco de perda adicional de cabelo”, explica o especialista em transplante capilar.

O médico reforça a importância de outras avaliações antes do procedimento. “Devemos analisar a área receptora, que deve estar livre de quaisquer condições, como foliculite, psoríase ou câncer de pele. E é extremamente importante que o paciente faça exames laboratoriais e cardiológicos. Apesar de ser considerado um procedimento seguro e de baixo risco, a técnica FUE envolve anestesia local, tempo prolongado de intervenção e, em alguns casos, medicações específicas no pós-operatório, por isso o paciente precisa estar bem de saúde para garantir o sucesso do procedimento”, conclui Julio Pierezan.

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