Como ajudar as crianças a se readaptarem às aulas presenciais em 2021

9/12/2020 –

Adaptação para 2021 envolve a reaproximação com os espaços da escola, a presença das professoras deste ano e o período de acolhimento

Após quase um ano de atividades virtuais, muitos pais se preocupam sobre como será a readaptação das crianças à escola. O fato é que a pandemia atrapalhou o processo de adaptação de muitos estudantes da Educação Infantil e, com o possível retorno híbrido em 2021, é importante começar a preparar os pequenos para voltarem à rotina longe de casa e das aulas remotas.

A coordenadora pedagógica da Educação Infantil do Colégio Renascença, Tania Barbosa Martin, explica que o trabalho para a readaptação deve começar agora com a presença das professoras através de vídeos e atividades on-line para não quebrar o vínculo de confiança entre o aluno e a escola. No entanto, o desafio vai além: no retorno às salas de aula será preciso acolher as experiências diversas de cada estudante durante o isolamento – como a perda de entes queridos.

“A adaptação para 2021 envolve a reaproximação com os espaços da escola, a presença das professoras deste ano e o período de acolhimento. A escuta atenta das famílias sobre como viveram este momento tão atípico se torna ponto central para entender e acolher as crianças e suas experiências. Os pequenos tiveram sua liberdade cerceada, muitos ficaram restritos aos seus apartamentos e outros sofreram perdas. Por isso, é preciso sensibilidade, escuta e entrega em cada relação estabelecida”, aponta a coordenadora.

Lidando com os sentimentos das crianças na pandemia
Se para adultos o isolamento físico já afeta a questão socioemocional, para crianças este período influencia bastante no comportamento. Um dos sintomas mais observados por pais e educadores foi a regressão em algumas etapas do aprendizado que já haviam sido conquistadas – por exemplo, voltar a fazer xixi na cama.

Na escola, essa tendência também é sentida. A coordenadora da Educação Infantil do Colégio Renascença conta que, com toda reclusão e falta de convívio social, as crianças tendem a regredir na questão da autonomia. “Muitos estudantes já tinham desenvolvido certa autonomia no ir e vir, em resolver pequenas questões ou mesmo alguns conflitos que acontecem na sala de aula. Contudo, com a presença constante dos pais e o convívio familiar atípico nos últimos meses, acabam regredindo nesse poder de decisão que estavam conquistando”, comenta Tania Martin.

Outro fator que influenciará o retorno em 2021 é que, devido às próprias condições de isolamento, muitos pais liberaram o acesso aos dispositivos eletrônicos sem restrições de horário. “Essa transição do virtual total para os conflitos da vida real pode aumentar os níveis de irritação de muitos alunos na escola e em casa”, alerta a especialista.

“No ambiente virtual tudo é muito rápido: erros e acertos. Também há certa passividade nas atividades virtuais, onde são colocados apenas para receber imagens e informações através das telas. Na vida real, por outro lado, é preciso lidar com interações e emoções que exigem acordos constantes e o exercício de se colocar no lugar do outro. Estas são capacidades que, de maneira geral, todos nós perdemos um pouco com o isolamento”, complementa.

Volta às aulas da Educação Infantil
Para educadores, o planejamento de 2021 precisa incluir, além do currículo pedagógico formal, etapas de acolhimento com tempo de escuta e propostas de relatos diários das crianças pensadas intencionalmente para o desenvolvimento socioemocional. Este é um exercício que muitas famílias podem fazer em casa para estimular o compartilhamento e elaboração das emoções que perpassam o isolamento social, mesmo com a flexibilização.

“Para os professores do Colégio Renascença, nossa recomendação será não esquecer da parceria constante com as famílias, algo que conquistamos durante a pandemia e que não vamos lançar mão daqui para frente. Estivemos dentro das casas de cada aluno, ouvindo e intervindo na construção deste período e, para a readaptação em 2021, este trabalho conjunto entre escola e família será essencial”, finaliza a coordenadora pedagógica, Tânia Barbosa Martin.

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