Economia Solidária é saída para combater o aumento da pobreza e miséria após a COVID-19

São Paulo – SP 14/4/2020 –

A busca por alternativas de sobrevivência torna-se ainda mais urgente no cenário da pandemia

Segundo avaliação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a pandemia do COVID-19 resultará de imediato em, no mínimo, 25 milhões de novos desempregados no planeta, além de uma queda na massa salarial dos trabalhadores da ordem de US$ 3,4 trilhões (R$ 17,2 trilhões), somente em 2020.

Na América Latina, o desemprego deve atingir 1,7 milhão de trabalhadores formais, repercutindo em 7,4 milhões de pessoas (dependentes) e aumentando em mais de 14 milhões o número de trabalhadores em situação de miséria nas economias latino-americanas.

No Brasil, as previsões de futuro são bastante pessimistas, com problemas que vão desde a falta de equipamentos médicos básicos, até o aumento do desemprego e desigualdade social, levando a um cenário de colapso econômico, social e, especialmente, civilizatório. 

De acordo com o Prof. Dr. Daniel Nagao, pesquisador do CIRIEC-Brasil (Centro de Investigação e Pesquisa em Economia Pública e Social), “os efeitos da COVID19 não serão superados simplesmente com a eliminação do vírus ou diminuição do contágio entre as pessoas. As consequências sociais tendem a ser ainda piores que as consequências médicas”.

Uma das alternativas, capaz de fazer frente aos desafios que serão impostos, é a economia solidária, que busca a redução da desigualdade socioeconômica, substituindo modelos econômicos competitivos, por uma atuação colaborativa, que tem por princípio a autogestão e a igualdade entre todos que se unem para produzir, consumir, comercializar ou trocar.

Nagao acredita, entretanto, que “para a economia solidária ser uma alternativa viável, precisamos superar os modelos atuais de gestão social, ainda bastante ancorados em voluntarismo e boa vontade dos empreendimentos sociais e seus apoiadores, como ONGs e empresas”.

Nesse sentido, a atuação do CIRIEC-Brasil destaca-se por promover, de forma permanente, uma interação entre conhecimento científico e prática. A entidade, que está no Brasil desde 2015, reúne especialistas da área acadêmica, que criam projetos de geração de trabalho e renda, considerando aspectos sociais, econômicos e de sustentabilidade, voltados para o desenvolvimento local.

“A multiplicação de empreendimentos populares, como por exemplo, cooperativas de reciclagem, de produção, ou de crédito produtivo, constituem uma nova forma de produção capaz de superar, ou menos reduzir, os impactos sociais e econômicos daqueles que mais vão sofrer as consequências pós pandemia global”, conclui Nagao.

 

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