OpenBIM BSB: evento em Brasília debate benefícios do BIM e OpenBIM para a indústria AEC

11/9/2019 –

Somos três empresas independentes que nos unimos nesse tipo de iniciativa para mostrar ao mercado como o processo OpenBIM funciona.

O conceito universal de projetos colaborativos foi discutido por estudiosos e representantes do setor privado e público do país.

O OpenBIM é uma abordagem universal que integra, de forma colaborativa, todos os processos da construção civil nos quais o Building Information Modelling (BIM) atua. Ou seja, das etapas de projeto à execução da obra, todas as informações e arquivos estão disponíveis para arquitetos, engenheiros, gestores, contratantes e toda a equipe envolvida em uma edificação.

O conceito foi amplamente debatido no OpenBIM BSB, um evento promovido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em parceria com as empresas desenvolvedoras de softwares BIM AltoQi, GRAPHISOFT e GRYFUS, na última semana.

Conforme a coordenadora de Difusão Tecnológica da ABDI, Talita Daher, o objetivo do OpenBIM BSB foi discutir a relevância da metodologia BIM para o setor AEC. “Neste sentido, é essencial incentivar o desenvolvimento e uso de padrões neutros de interoperabilidade, como é o caso do OpenBIM”, destaca Talita.

OpenBIM na prática: fluxo de trabalho integrado ilustra a importância da interoperabilidade entre softwares BIM 

A interoperabilidade no processo BIM segue o conceito de projeto colaborativo, no qual todas as disciplinas envolvidas na elaboração dos projetos e execução do edifício compartilham informações em diversas camadas.

Desse modo, para que esse compartilhamento de informações ocorra, os softwares BIM adotam o padrão de exportação/importação de arquivos de projeto o Industry Foundation Classes (IFC).

Os representantes de órgãos públicos, empresas privadas e setor acadêmico puderam assistir, na prática, um fluxo de trabalho OpenBIM realizado por meio da interoperabilidade entre os softwares BIM – ARCHICAD (Arquitetura), Eberick (Estrutural), QiBuilder (Instalações) e Sisplo (Orçamentação).

“Somos três empresas independentes que nos unimos nesse tipo de iniciativa para mostrar ao mercado como o processo OpenBIM funciona”, destaca o diretor geral da GRAPHISOFT América do Sul e México, Gustavo Carezzato.

Para Rodrigo Koerich, gerente de Marketing e Inovação da AltoQi, o mercado ainda não dispõe de uma empresa que seja especializada em todas as áreas e usos que o BIM pode oferecer. E este fator aumenta, ainda mais, a importância de discussões sobre o OpenBIM. 

“A GRAPHISOFT é uma empresa especializada em soluções para arquitetura, a AltoQi em soluções em engenharia, e a GRYFUS em orçamento. Então, ao invés de oferecer uma solução mediana, resolvemos unir, integrar e proporcionar soluções excelentes aos nossos usuários e equipes, os quais fazem ou irão fazer uso do BIM, cada um dentro da sua especialidade.”, explica.

A proposta é oferecer uma solução que amplie e fortaleça o mercado do BIM, minimizando as possibilidades de formação de monopólios. “Essas empresas se juntaram sem fazer uma reserva de mercado para elas. O conceito OpenBIM permite que cada uma atue no mercado individualmente sem que obrigue o cliente a levar o pacote”, ressalta a CEO da GRYFUS, Shane Melo.

O governo possui especial interesse no OpenBIM, com o intuito de permitir que o mercado se adeque naturalmente ao Building Information Modeling, como defende o coordenador de Gestão Estratégica do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Anderson Alvarenga. 

“Queremos que o mercado consiga escolher o que há de melhor em cada ferramenta, tendo em vista que não é um único software que vai esgotar todas as possibilidades do BIM. Entendemos que os dados precisam passar de uma plataforma para outra.”, disse.

Conforme Alvarenga, o primeiro compromisso do DNIT dentro da Estratégia Nacional de Disseminação do Building Information Modelling é contratar projetos em BIM até 2021. “Porém, já estamos estudando o BIM aplicado a projetos rodoviários, fiscalização e acompanhamento de obras. Ter este ambiente multidisciplinar, criado em um evento como esse, em que você consegue demonstrar na prática que realmente funciona, acelera a sensibilização dos gestores para adotar a Estratégia BIM”, defende.

Panorama de crescimento das empresas que adotam a metodologia BIM é positivo

De acordo com o boletim Macro da FGV de março de 2018, 9,2% das empresas no setor de construção estão adotando o BIM na concepção de seus trabalhos. Na época, estas empresas representavam 5% do PIB da construção civil. No entanto, na avaliação de Koerich, o Brasil está em um patamar elevado no desenvolvimento de políticas para o setor.

E, com base nesses indicadores, a Estratégia de Disseminação do BIM pretende aumentar em 10 vezes a adoção da metodologia no país e elevar o PIB da construção para 28,9% até 2028, alcançando um patamar de produção inédito. 

“O entendimento da necessidade do BIM está aumentando. Hoje, os estados têm legislação, e os municípios estão começando a entender e aplicar isso. Acredito que, em poucos anos, antes até de 2028, teremos um nível de maturidade muito maior do que as próprias metas que estamos prevendo hoje”, conclui Koerich.

Entenda o BIM – Modelagem da Informação da Construção

O Building Information Modelling (BIM), ou simplesmente Modelagem da Informação da Construção, é o conjunto de tecnologias e processos integrados que permite a criação, utilização e atualização de modelos digitais de uma construção. Sempre de modo colaborativo, a metodologia é extremamente útil para todos os participantes de um empreendimento, durante o ciclo de vida da construção.

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