Vender será bem diferente no mundo pós-Coronavírus

São Paulo,SP 15/4/2020 – Mais do que nunca a transformação digital deverá ser implementada rapidamente sob pena de as empresas serem atropeladas em curto espaço de tempo

O varejo que sobreviver será absurdamente mais criterioso na hora de comprar, pois essa foi boa parte da razão da sobrevivência dele

Enquanto muita gente se ocupa sobre como é necessário agir e as decisões a serem tomadas durante esse período de pausa imposta pelo Coronavírus, também é momento de investir tempo com perspectivas, cenários e ações que terão que ser pensadas e feitas quando o mundo sair dessa pandemia. Porque simplesmente isso vai acontecer. Isso é tão certo quanto a morte e os impostos, como dizem os gringos. As únicas perguntas, que são secundárias quando se olha para uma vida inteira, são quando e como.

O mundo voltará a girar, talvez mais lento, com escassez de empregos, sobra de produtos e crise de oferta. Até aí mais do mesmo de todo período de recuperação econômica. Porém as mudanças relevantes estarão em outros aspectos. Duas são bem previsíveis. Uma é pessoal e a outra profissional.

Do ponto vista pessoal, esse vírus trará a maior das reflexões dos últimos 100 anos. É óbvio que todos prefeririam não passar por isso e uma única vida é um custo inaceitável para qualquer aprendizado. Mas esse enfrentamento, inevitável, vai transformar a sociedade. As pessoas serão melhores seres humanos, sem nenhuma dúvida. Melhores na dor, melhores no amor, melhores com o próximo e melhores com o planeta. A história irá mostrar essa grande mudança que a pandemia nos trouxe.

No lado profissional, uma grande mudança que a “pausa” imposta causará será nas relações com o trabalho. Finalmente o mundo descobriu que trabalho é o que se faz e não para onde se vai todos os dias. Os grandes proprietários de escritórios comerciais deveriam estar com um pouco de insônia nesse momento.

Mas estas duas são visíveis. A preocupação, no entanto, deve ser com mudanças que ainda não estão sendo vistas, previstas e para as quais não está havendo preparação.

Por exemplo, as relações comerciais entre a indústria e o varejo irão mudar radicalmente.

Comprar e vender jamais será uma atividade “intuitiva” como foi até aqui. Inevitavelmente terá que haver mais ciência, mais cuidado, mais precisão, porque haverá menos estoques, menos sobras, menos desperdício de mercadorias, menos tempo e especialmente, pela primeira vez, menos lojas. Pela primeira vez em dezenas de anos, haverá impacto da redução no número de lojas físicas e virtuais em função da pandemia. O varejo que sobreviver será absurdamente mais criterioso na hora de comprar, pois essa foi boa parte da razão da sobrevivência dele.

Mais do que nunca, a tão famigerada, falada, mas pouco executada “transformação digital” deverá ser implementada rapidamente nas áreas comerciais, sob pena de as empresas serem literalmente atropeladas em um curto espaço de tempo.

Vender será precioso; exigirá muito mais da capacidade dos fabricantes e varejistas de entender os consumidores, em vez de simplesmente disponibilizar e promover produtos.

Vender demandará muito mais técnica e tecnologia.

Vender para muitos clientes será sinônimo de sobrevivência.

Vender o portfólio certo, na quantidade certa, com os preços ótimos e com o crédito justo será sinônimo de obrigação.

Agora fazer tudo isso com precisão em poucos minutos através da tecnologia será sinônimo de competitividade.

O momento é de repensar como será o retorno, repensar como as empresas vendem hoje. E se preparar para uma nova e diferente relação comercial com os clientes.

Por Marcos Póvoa é CEO da MC1

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