Um estudo divulgado recentemente pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) mostra que os latinos seguem sub-representados no cinema norte-americano. Segundo o Relatório de Diversidade de Hollywood 2022, pessoas de origem latino-americana tiveram 7,1% dos papéis principais de atuação no ano passado, com 7,7% dos papéis gerais de atuação no cinema. Atrás das câmeras, os latinos representaram 5,6% dos escritores e 7% dos diretores. Segundo o censo americano, a população latina dos EUA cresceu de 50,5 milhões em 2010 para 62,1 milhões em 2020, tornando-se o maior grupo minoritário do país, com quase 19% da população.
A pesquisa da UCLA vem a público após um marco histórico para os latinos no Oscar 2022, com filmes como Encanto, da Disney, e Amor, Sublime Amor, musical dirigido por Steven Spielberg, premiados em diversas categorias. Cerca de oito talentos de origem latina foram indicados à premiação, entre eles o casal Penélope Cruz, por Mães Paralelas, e Javier Bardem, por Apresentando os Ricardos, e a atriz de origem porto-riquenha Ariana Debose, que levou a estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante no papel de Anita, na adaptação de Spielberg. Na versão original, Rita Moreno foi a primeira atriz latina a levar o mesmo prêmio há 60 anos.
Apesar do cenário mais positivo no Oscar em relação aos anos anteriores, segundo uma pesquisa da OnePoll, cerca de 69% dos latinos afirmaram notar uma desproporção de representatividade no cinema. No estudo, a percepção do público é reforçada através da dificuldade de entrevistados não latinos em nomear três artistas latinos de sucesso. “Essas pesquisas demonstram que os latinos ainda são pouco incluídos nas histórias contadas pelo cinema norte-americano, mas, ao mesmo tempo, os resultados nos dão esperança e um plano para uma mudança efetiva”, diz Jaime Dávila, presidente e cofundador da Campanario Entertainment, empresa que contratou a pesquisa.
Para ajudar a fomentar produções mais diversas, estúdios americanos vêm criando programas de investimento voltados, principalmente, para cineastas de origem afro-latina e indígena. Caso da Netflix, que lançou um programa de financiamento em parceria com o Los Angeles Latino International Film Festival (LALIFF) para desenvolver projetos originais com temática latino-americana. “Iniciativas como essa têm impacto positivo em toda a cadeia de profissionais latinos buscando uma oportunidade em Hollywood”, comenta a diretora de arte brasileira Juliana Guedes, em Los Angeles desde 2018. Ela faz parte do time de um dos dez projetos selecionados pela Netflix em 2022, o curta-metragem Bodies Will Tumble and Roll (sem título em português), do diretor de origem mexicana Eli Vazquez.
A tragicomédia conta a história de um grupo de adolescentes BIPOC (sigla em inglês para negros, indígenas e pessoas não-brancas) que tenta salvar sua coach e estabelecer um senso de comunidade na escola. Além de 20 mil dólares em financiamento, o filme contou com a colaboração de mentores da indústria nas equipes de desenvolvimento criativo, elenco e produção. “No cinema, como em outras áreas, para avançar na carreira é preciso ter experiência no setor e network, e isso só é possível através de oportunidade de trabalho e visibilidade”, afirma Guedes.
De acordo com a OnePoll, 77% dos entrevistados acreditam que assistir a programas de TV ou filmes com personagens mais diversos os ajuda a entender melhor outras culturas. A maioria dos entrevistados não latinos (72%) se diz motivada a aprender mais sobre a cultura latina quando assiste a um programa com elenco latino, e uma porcentagem semelhante (69%) gostaria de ver mais filmes ou programas de televisão com essa temática. Quase metade dos entrevistados latinos afirmaram discordar da escolha de atores ou atrizes não latinos para retratar personagens latinos na tela.
Vem daí as críticas recentes sobre a escalação do ator James Franco para interpretar o líder revolucionário cubano Fidel Castro no filme Alina de Cuba, dirigido pelo espanhol Miguel Bardem. “Esse é um exemplo de como Hollywood nos exclui, mas rouba nossas narrativas! Chega de apropriação, Hollywood e streamers! Boicote!”, publicou o ator de origem colombiana John Leguizamo em seu perfil no Instagram. “As pessoas estão cansadas da falta de representação latina na indústria, do apagamento contínuo da comunidade e de estúdios que não se esforçam para escalar autenticamente esses papéis”, disse Ana-Christina Ramón, coautora da pesquisa de diversidade da UCLA.
Um estudo divulgado recentemente pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) mostra que os latinos seguem sub-representados no cinema norte-americano. Segundo o Relatório de Diversidade de Hollywood 2022, pessoas de origem latino-americana tiveram 7,1% dos papéis principais de atuação no ano passado, com 7,7% dos papéis gerais de atuação no cinema. Atrás das câmeras, os latinos representaram 5,6% dos escritores e 7% dos diretores. Segundo o censo americano, a população latina dos EUA cresceu de 50,5 milhões em 2010 para 62,1 milhões em 2020, tornando-se o maior grupo minoritário do país, com quase 19% da população.
A pesquisa da UCLA vem a público após um marco histórico para os latinos no Oscar 2022, com filmes como Encanto, da Disney, e Amor, Sublime Amor, musical dirigido por Steven Spielberg, premiados em diversas categorias. Cerca de oito talentos de origem latina foram indicados à premiação, entre eles o casal Penélope Cruz, por Mães Paralelas, e Javier Bardem, por Apresentando os Ricardos, e a atriz de origem porto-riquenha Ariana Debose, que levou a estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante no papel de Anita, na adaptação de Spielberg. Na versão original, Rita Moreno foi a primeira atriz latina a levar o mesmo prêmio há 60 anos.
Apesar do cenário mais positivo no Oscar em relação aos anos anteriores, segundo uma pesquisa da OnePoll, cerca de 69% dos latinos afirmaram notar uma desproporção de representatividade no cinema. No estudo, a percepção do público é reforçada através da dificuldade de entrevistados não latinos em nomear três artistas latinos de sucesso. “Essas pesquisas demonstram que os latinos ainda são pouco incluídos nas histórias contadas pelo cinema norte-americano, mas, ao mesmo tempo, os resultados nos dão esperança e um plano para uma mudança efetiva”, diz Jaime Dávila, presidente e cofundador da Campanario Entertainment, empresa que contratou a pesquisa.
Para ajudar a fomentar produções mais diversas, estúdios americanos vêm criando programas de investimento voltados, principalmente, para cineastas de origem afro-latina e indígena. Caso da Netflix, que lançou um programa de financiamento em parceria com o Los Angeles Latino International Film Festival (LALIFF) para desenvolver projetos originais com temática latino-americana. “Iniciativas como essa têm impacto positivo em toda a cadeia de profissionais latinos buscando uma oportunidade em Hollywood”, comenta a diretora de arte brasileira Juliana Guedes, em Los Angeles desde 2018. Ela faz parte do time de um dos dez projetos selecionados pela Netflix em 2022, o curta-metragem Bodies Will Tumble and Roll (sem título em português), do diretor de origem mexicana Eli Vazquez.
A tragicomédia conta a história de um grupo de adolescentes BIPOC (sigla em inglês para negros, indígenas e pessoas não-brancas) que tenta salvar sua coach e estabelecer um senso de comunidade na escola. Além de 20 mil dólares em financiamento, o filme contou com a colaboração de mentores da indústria nas equipes de desenvolvimento criativo, elenco e produção. “No cinema, como em outras áreas, para avançar na carreira é preciso ter experiência no setor e network, e isso só é possível através de oportunidade de trabalho e visibilidade”, afirma Guedes.
De acordo com a OnePoll, 77% dos entrevistados acreditam que assistir a programas de TV ou filmes com personagens mais diversos os ajuda a entender melhor outras culturas. A maioria dos entrevistados não latinos (72%) se diz motivada a aprender mais sobre a cultura latina quando assiste a um programa com elenco latino, e uma porcentagem semelhante (69%) gostaria de ver mais filmes ou programas de televisão com essa temática. Quase metade dos entrevistados latinos afirmaram discordar da escolha de atores ou atrizes não latinos para retratar personagens latinos na tela.
Vem daí as críticas recentes sobre a escalação do ator James Franco para interpretar o líder revolucionário cubano Fidel Castro no filme Alina de Cuba, dirigido pelo espanhol Miguel Bardem. “Esse é um exemplo de como Hollywood nos exclui, mas rouba nossas narrativas! Chega de apropriação, Hollywood e streamers! Boicote!”, publicou o ator de origem colombiana John Leguizamo em seu perfil no Instagram. “As pessoas estão cansadas da falta de representação latina na indústria, do apagamento contínuo da comunidade e de estúdios que não se esforçam para escalar autenticamente esses papéis”, disse Ana-Christina Ramón, coautora da pesquisa de diversidade da UCLA.