O Valor Calórico da Inflação, por Adm. Wagner Siqueira

Rio de Janeiro, RJ 8/4/2013 –

A inflação de alimentos, nos últimos 12 meses, já chega a 13%. Por isso a Presidente Dilma Rouseff determinou a desoneração de diversos itens de alimentos (redução de 9,3% para 0% no IPI) e de higiene (12,5% para 0%) que constam da cesta básica e que estão puxando rapidamente para cima o índice inflacionário. Tratou ainda de alterar a composição da cesta básica, nela incluindo ou dando mais peso a “alimentos de maior valor nutritivo”.

O governo federal não quer atribuir tais revisões tributárias à elevação desenfreada de preços. Claro que tais medidas provocarão menor impacto na inflação nos próximos meses. Acontece que os preços finais ao consumidor são também influenciados por despesas já contraídas pela cadeia produtiva, como fretes, aluguéis, salários, etc. Custos como esses não sofrerão redução. Pelo contrário, trabalha-se com a perspectiva de aumento dos combustíveis para breve.

Além disso, entre o setor agropecuário e o supermercadista há muito mais players do que, por exemplo, no automobilístico onde funcionou a redução do IPI. Ou seja, o maior beneficiado pela redução de impostos sobre alimentos serão os grandes empresários que poderão recompor suas margens de lucro e não o consumidor final que deverá cautelosamente manter a sua dieta forçada. Dificilmente, a redução tributaria será repassada aos consumidores como ocorreu com a tarifa 0% dos automóveis.

Adm. Wagner Siqueira
Presidente do CRA-RJ

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